SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
CONSTRUÍDA ATRAVÉS DO TEXTO 'PAUSA' DE MOACYR SCLIAR
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM: Competência Leitora
Texto: Pausa( Moacyr Scliar)
Ano : Quinta série /Sexto ano.
Tempo previsto: 4 aulas
CONTEÚDO: Texto
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES:
.Identificar a finalidade de um texto, seu gênero e o assunto principal;
.Capacidade de inferir comparações; checagem de conhecimentos linguisticos
(adjetivos,etc)
. Dar noção a partir dessa compreensão e ver a narrativa,o formato textual, o
conceito, a atitude.
ESTRATÉGIAS:
1- Ativar conhecimento de mundo; antecipação ou predição; checagem de hipóteses.
. O que é pausa?
. O que você espera de um texto com este nome?
2- Localização de informações; comparação de informações; generalizações;
a) Quais as personagens?
b) Para onde Samuel vai?
3- Produção de inferências locais; produção de inferências globais;
a) Quando a narrativa começa e quando termina?
b) Por que ele muda de nome?
4-Trabalhando o Texto "Pausa" e a Música "Paciência" - Compositor- Lenine
. Ao trabalhar o texto e a música em paralelo, questionar o aluno se ele consegue relacionar o texto com a música no seu dia-a-dia. Sendo assim, será pedido para os alunos relacionarem a música com o texto lido.
PERCEPÇÃO DAS RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE
. Qual o tema da música?
. Qual a relação da música com o texto?
RECURSOS:
. Texto e letra de música;
. Uso de vídeos informativos;
. Abrir discussões sobre o assunto
AVALIAÇÃO:
.O aluno será avaliado por observação, baseado nas estratégias de leitura presentes no texto de Roxane; expressão oral;
.de acordo com a capacidade de compreensão e apreensão de cada aluno ao texto lido e das inferências levantadas;
.Reconhecimento dos elementos da narrativa.
Letra da Música - 'PACIÊNCIA' - compositor: Lenine

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciênciaSerá que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não... a vida não para)
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciênciaSerá que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não... a vida não para)
TEXTO: PAUSA
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro. Fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
—Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
—Todos os domingos tu sais cedo – observou a mulher com azedume na voz.
—Temos muito trabalho no escritório – disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
—Por que não vens almoçar?
—Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse a carga, Samuel pegou o chapéu:
—Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.
Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e sentado entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia uma poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
—Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
—Estou com pressa, seu Raul – atalhou Samuel.
— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre - Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
—Aqui, meu bem! – uma gritou, e riu: um cacarejo curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta a chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho: a um canto, uma bacia cheia d’água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a move-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por um índio montado o cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhando de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, levou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu.
Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
— Já vai, seu Isidoro?
—Já – disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
—Até domingo que vem, seu Isidoro – disse o gerente.
—Não sei se virei – respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caia.
—O senhor diz isto, mas volta sempre – observou o homem, rindo.
Samuel saiu.
Ao longo dos cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.
(in: Alfredo Bosi, org. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 1977.
Bibliografia
ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004. Texto apresentado em Congresso realizado em maio de 2004.
SCLIAR, Moacyr. In: BOSI, Alfredo. o conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cutrix, 1997.
Lenine, "Paciência"
Profª Gabriela Bueno
Gostei muito das postagens. Valeu!!
ResponderExcluirProfª Gabriela
"Se eu não valorizar o meu trabalho,
ResponderExcluirquem irá valorizá-lo? Pois é, as vezes,
os próprios comentários nos fazem
bem, nos ajudam a dar valor ao trabalho
realizado."